quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Quando o Amor é Mentira



Titulo original: La Ragazze di San Frediano
Ano de Lançamento: 1954
Gênero: Drama/Comédia
País: Itália
Direção: Valério Zurlini
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0048534/

Le Ragazze di San Frediano é o filme de estréia do cineasta italiano Valério Zurlini. O filme acompanha as artimanhas de Bob, um jovem trabalhador autônomo que se envolve profundamente ou apenas de forma superficial com diversas mulheres: sua jovem vizinha, a garota sonhadora do outro lado da rua, uma bailarina, uma rica e respeitada alfaiate, entre outras. Com uma história simples, quase novelística, tendendo a realidade cotidiana, Zurlini se esforça para deixar transparecer a vaidade humana e entrega uma obra neorrealista que caracteriza tanto o homem como a mulher da época.

As mulheres são estereotipadas, mas não menos reais. A visão da mulher na obra é da mulher guiada pelos desejos mundanos. Pode parecer machista num primeiro momento, mas as fraquezas e mediocridade pertencentes a mulher vão passando pouco a pouco para o homem no decorrer da obra. A visão de homem independente e confiante vai perdendo força a medida que a distância entre as mulheres vai encurtando. A mentira antes, meio de sucesso de Bob, catalisador para o humor satírico da película é martirizada pela mulher enganada. O comportamento inescrupuloso do herói cafajeste faz o espectador escolher um lado, o da mulher humana, cheia de defeitos, mas ainda assim, com princípios, mesmo que regidos pela falta de liberdade. É a mulher que não peca tanto como o homem, é a mulher que não respeita nada, com exceção dos sentimentos. É  a mulher que não consegue se apaixonar por mais de 1 ou apenas não se deu a oportunidade? É  dessa forma que Zurlini tenta representar a sociedade italiana da época.
A preocupação com a montagem e a forma como a história é contada é marca registrada do cinema de Zurlini. Esse primeiro registro já demonstra essa preocupação, não com tanta obsessão, mas aqueles que já estão acostumados ao estilo do cineasta não vão estranhar nada. Portanto, não se trata de um filme cult a ser assistido apenas para registro histórico. Já é um autentico Zurlini, com todos os elementos que o consagraram em sua curta filmografia. 


Sem downloads para esse filme.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Donnie Darko


Titulo original: Donnie Darko
Ano de Lançamento: 2001
Gênero: Suspense
País: EUA
Direção: Richard Kelly
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0246578/

Donnie Darko é um jovem de classe média mentalmente perturbado, porém muito inteligente. Sua paranóia esquizofrenica deriva dos intensos questionamentos sobre a vida e sobretudo, a morte. Limitado a uma realidade cartesiana e mascarado sob a carapuça de homem, ele encontra meios de ter experiências que revelam certos mistérios terrenos, principalmente por meio de Frank (The Rabbit). Como o único a supostamente enxergar e ser o centro de um plano mais complexo da realidade, Donnie acaba entrando em conflitos constantes com seus país e principalmente com alguns dos seus professores.
Os conflitos internos de Donnie escondem uma teia complexa de ações desencadeadas no passado que apenas são compreendidas por ele numa realidade futura. Como todo bom conflito interno, ele deve envolver toda a humanidade, sem contudo se desvencilhar das fraquezas e bloqueios do indivíduo. Um bom conflito interno também necessita de pontos de ligação que mostrem uma saída óbvia, mas apenas após um período de maturação para que o indivíduo perceba com clareza seu real papel numa história complexa e o que ele deve fazer para solucionar o problema, que de certa forma, o reduz a uma poeira cósmica, com grande responsabilidade, mas infalivelmente pequeno frente as conseqüências da decisão a ser tomada.

Os conceitos sci-fi são bem empregados na história, utilizados numa dosagem milimetrica, dando as devidas referências, mesmo que imaginárias e quase não explicando para não deixar a mente do espectador vazia. O coelho sim, foi uma referência real - apesar de não explicitada no filme - aos coelhos de David Lynch. Os coelhos de Lynch vivem no plano da subjetividade, vivendo uma metáfora constante, são homens mascarados de coelhos, ou seriam burros? Talvez esse seja um nível mais critico de interpretação. Em Donnie Darko, a característica herdada dos coelhos de Lynch que percebemos em Frank é a personificação de um ser imaterial, vivendo em um plano desconhecido e atemporal, que desperta a curiosidade e apresenta uma missão que só pode ser concretizada por alguém que o entenda profundamente. Possivelmente, essa seria uma boa descrição de um inconsciente cinematográfico, idealizado para representar o inconsciente visualmente, envolto numa brincadeira lúdica e gradual, que no caso de Donnie Darko, envolve viagens no tempo e ações justificadas para retornar a linha convencional do tempo. Frank representa uma estrutura organizada que caminha pelo tempo de forma sinuosa, mas que estabelece um equilíbrio num ambiente complexo.


Portanto, a obra consegue se equiparar a exemplos de filmes com diversas interpretações, como o recente "A Origem" (2010). Suas referências científicas sob a ótica da perspectiva existencialista também servem de análise. Bem mais interessante do que entender o filme, é criar uma própria interpretação dos fatos ocorridos que se assemelham a um quebra-cabeça com peças mutantes, que ora se encaixam em um local, ora em outro. Dessa forma, não há na verdade um entendimento geral e coletivo, apenas um entender baseado na experiência de cada um. É essa característica que torna a obra mágica e unica para alguns. Em contraponto, um lixo pretensioso para outros.


Servidor: Filserve
Formato: RMVB
Áudio: Inglês
Legendas: Português

http://www.fileserve.com/file/eRNpyxM

Fonte:http://www.omelhordatelona.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1164:donnie-darko-dvdrip-rmvb-legendado&catid=44:terror&Itemid=63

terça-feira, 1 de março de 2011

Os Nibelungos


Titulo original: Die Nibelungen: Siegfried / Die Nibelungen: Kriemhilds Rache
Ano de Lançamento: 1924
Gênero: Épico, Fantasia
País: Alemanha
Direção: Fritz Lang

A Morte De Siegfried
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0015175/
Siegfried, filho do Rei Sigmund deseja a bela irmã de Gunter- Rei dos Burgúndios da terra de Worms. A bela jovem Kriemhild também nutre sentimentos por Siegfried, pois o mesmo provou sua bravura e nobreza ao vencer o dragão que aprisionava o tesouro dos Nibelungos. Mas para cortejar a bela Kriemhild, ele ajuda Gunter a vencer Brunhild em um duelo, usando um capa de invisibilidade. Brumhild só casaria com o homem que a vencesse em um duelo. Após desvendar a trama, Brunhild pede a Gunter a cabeça de Siegfried. Será que Gunter tera coragem de matar o marido de sua irmã e amigo fiel?







A Vingança de Kriemhild
IMDB:http://www.imdb.com/title/tt0015174/Pesarosa com a morte de seu amado Siegfried, Kriemhild aceita desposar Átila, o Huno, e convida seu irmão, o rei Gunther, e os assassinos de Siegfried para um banquete, no qual finalmente realizará seu plano de vingança.





Paul Richter .......... ...........Siegfried
Gertrud Arnold ... ..............Rainha Ute
Margarete Schön ... ...........Kriemhild
Hanna Ralph ... .................Brunhild
Theodor Loos ... ................Rei Gunther
Hans Adalbert Schlettow ... .Hagen Tronje 

A história seguida na parte I engloba quase toda a lenda que dá origem e molda a identidade nacional germânica. Lang, mesmo  com todas as limitações do cinema mudo, conta a épica história de um guerreiro filho de rei que corajosamente mata um dragão para tomar posse do tesouro dos Nibelungos - pequenas criaturas, que lembram vagamente os Hobbits e mais parecem anões primordiais. A matéria-prima é vasta para contar uma boa história, que se envereda pelo romance, traição, jogos de poder, aventura e fantasia. Porém, Lang preferiu compactar todas as aventuras mitológicas e fantásticas na primeira parte. O filme inicia com a batalha de Siegfried contra o dragão da caverna, logo após vencer a batalha contra o dragão, ele entra na caverna onde encontra os Nibelungos e um feiticeiro. Do feiticeiro, ele herda a capa da invisibilidade, que foi crucial para forjar a vitória do rei contra Brunhild. A história segue em Worms, onde Brunhild ao se sentir enganada faz de tudo para prejudicar Siegfried. O serviço sujo é atribuído a Hagen Tronje - fiel escudeiro do Rei Gunther. 
A estrutura narrativa é clássica dos contos fantásticos eternizados pelos menestréis, baseada nos cânticos da tetralogia operistica de Wagner - O Ouro do Reno, As Valquírias, Siegfried e Crepúsculo dos Deuses. A arquitetura de Worms é repleta de círculos e formas sincronizadas. Na primeira parte, impera a beleza da natureza e das obras do homem, se entrelaçando numa sintonia unica. Siegfried é o símbolo de toda essa harmonia, sendo o herói, o sensível e a vítima. Seu ato de cumplicidade com Gunther é relevado por todos, menos por Brunhild, que provoca discórdia aos quatro ventos, representando a quebra da moral e da ética. 


Justificando as pulsões primárias do ser humano, as ações desencadeadas por Kriemhild produzem um mal estar coletivo e ao fim de uma civilização. Kriemhild deixa de ser apenas a sombra de um homem bravo e honrado e inicia uma vingança pela morte do seu marido se aliando a uma estrutura de poder, ao poder dos Hunos. A segunda parte que se passa no reino de Átila, é sujo e desarmonioso, sua estrutura é irregular e tortuosa. A natureza e o homem na segunda parte não dialogam, são esparsas, impera o espaço difuso e a textura das formas, que enaltece o clima de cólera e sanguinolência. Porém, as mudanças visuais não são justificadas apenas por costumes e traços culturais entre os Burgúndios e os Hunos. As mudanças visuais vão acontecendo à medida que os personagens mudam. Quanto mais poder nas mãos dos indivíduos e mais subjulgação de muitos por poucos ou um, mais o elo entre o homem e a natureza é quebrado. 
Kriemhild representa explicitamente essa quebra de paradigmas. na primeira parte só brotam de sua face lívida a beleza e a pureza dignas de um elfo. Após a morte de Siegfried, Kriemhild vai se transformando aos poucos enquanto molda seu plano de vingança contra Hagen Tronje. Seus interesses pessoais se sobrepõem aos interesses coletivos. De Kriemhild só saem palavras que levam aos seus subjulgados o caminho da vingança pessoal, nem que para isso, eles paguem com suas vidas acreditando em ideais libertários falsamente pregados por Kriemhild. 
Por todo desprezo e ódio justificados pela contraditória feição humana em destruir tudo que preserva e constrói, dependendo da distribuição das estruturas de poder, a história culmina numa batalha épica, cheia de reviravoltas, lideradas pelos olhos irreconheciveis de Kriemhild, agora tomada por um sentimento que relutamos em justificar pela justiça ou pelo amor. 




Depois da excelente primeira parte, dignas e inspiradoras de épicos pós-modernos como Senhor dos Anéis e Harry Potter, a segunda parte é tão rica quanto a ficção de Tolkien. Mesmo com todas as limitações, a história ganha uma adaptação cinematográfica que faria muita inveja a filmes atuais, não em efeitos ou técnicas antes inexistentes, mas em transmitir a essência da história dando forma e conteúdo, sem se apegar ao risível.


E foi assim, o primeiro feito histórico de Fritz Lang e sua equipe. 







Servidor: Megaupload
Formato: RMVB (678 MB / 830 MB)
Áudio: Mudo
Legendas: Português
Fonte: http://tel4decinem4.blogspot.com/2010/07/os-nibelungos-1924-fritz-lang.html

A Morte de Siegfried

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A Vingança de Kriemhild

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sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Grande Lebowski


Titulo original: The Big Lebowski
Ano de Lançamento: 1998
Gênero: Comédia
País: EUA
Direção: Joel Coen
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0118715/

Um vagabundo chamado Jeffrey Lebowski que se auto intitula "O Cara" (The Dude) tem sua casa invadida por dois criminosos que o confundem com seu xará milionário Jeff Lebowski. Após o bandido mijar em seu tapete, O Cara inicia uma saga em busca de um novo tapete, que segundo ele, combinava com a sala. Seu amigo ex combatente da Guerra do Vietnã Walter Sobchak (John Goodman) o ajuda, ou melhor atrapalha nessa empreitada e, ainda tem o desligado Donny (Steve Buscemi). Pode-se dizer que Donny é um homem de poucas palavras. Na luta por um novo tapete, O Cara acaba se envolvendo no resgate de Bunny Lebowski (Tara Reid), que supostamente fora seqüestrada por criminosos niilistas, os mesmos que covardemente mijaram no tapete do Cara. O Cara acaba se envolvendo com a artista feminista Maude Lebowski (Juliane Moore) que o ajuda oferecendo informações sobre o sequestro de Bunny em troca de uma concepção. O mordomo Brandt (Philip Seymour Hoffman) entrega 1 milhão de dólares para O Cara fazer a transação com os bandidos. No entanto, o dinheiro segue outro rumo, talvez estivesse nas mãos de um garoto de 15 anos, pelo menos é o que suspeita o veterano Walter que usa métodos pouco sociaveis para ajudar seu amigo: O Cara. Nessa conturbada história, ainda entram outros bandidos e inocentes com interesses dispersos. 

Fora a história principal - a do sequestro, ganha igual importância a rotina do Cara, alterada pelo sequestro.  A rotina resiste bravamente, mesmo após O Cara sofrer uma grave ameaça de castração. O Cara acorda tarde, sempre está sob efeito de alucinógenos, tem um carro velho, porém resistente e que sempre toca Creedence no toca-fitas,  joga e participa de torneios de boliche nas horas vagas, ou seja, quando não está dormindo e tem amigos fieis que entrariam numa briga por ele mesmo se fosse com niilistas, que também são fascistas. O tom sério porém divagante e filosófico do Cowboy bigodudo provoca o escárnio inicial à sociedade americana, atingida em vários segmentos pelos personagens, que desenvolvem diálogos surrealistas e pops ao mesmo tempo. O Cara vivencia várias experiências no boliche, sem que para isso precisemos vê-lo jogando.



E O Grande Lebowski é pra ser levado a sério, assim como o próprio narrador tenta em vão fazer você levar a sério. A história é improvável, mas os personagens são verdadeiros: tem o mau-caráter, o inexpressivo, a vagabunda, a pseudo-cult e o sossegado. O fato é que O Cara causa inveja ao espectador. Quem não deseja um estilo de vida sem preocupação, que sabe conviver com as diferenças, que não tem vergonha alguma de fazer um cheque de 69 cents para pagar o supermercado? 

Eu ia esquecendo de citar o Jesus Quintana (John Turturro), não há muito o que falar dele, além de que as duas únicas cenas em que ele aparece são geniais (leia-se hilariantes). 


Servidor: Megaupload
Formato: RMVB (409 megas)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
http://www.megaupload.com/?d=1SVVW0BK

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Escritor Fantasma


Titulo original: The Ghost Writer
Ano de Lançamento: 2010
Gênero: Suspense
País: Inglaterra
Direção: Roman Polanski


Um dia antes de ser preso por suspeita de pedofilia Polanski terminava seu mais recente filme, O Escritor Fantasma, que corrobora um estilo recente em suas obras: filme sério, elegante e de sorrisos contidos. Polanski nunca perdeu o status de grande diretor, mesmo com grandes hiatos em sua carreira e a coragem de se enveredar por outros gêneros fora o suspense amedrontador que o popularizou em O Inquilino (1976) e em O Bebê de Rosemary (1968). Mesmo vivendo constantes tragédias pessoais, Polanski seguiu com regularidade sua carreira como cineasta, realizando verdadeiras pérolas do cinema. Nesse filme, ele demonstra sua tipica preocupação em sombrear a verdadeira natureza dos personagens coadjuvantes, deixando para o protagonista o papel de espectador ansioso e atordoado com o improvável fim da história. Foi assim com Johnny Depp em O Último Portal (1999) e foi assim com Ewan Mcgregor que interpreta um escritor biográfico em busca de um novo trabalho. Ele aceita terminar de escrever as memórias do ex primeiro ministro da Inglaterra Adam Lang (Pierce Brosnan), que é suspeito de comandar a tortura de diversos prisioneiros de guerra. O escritor vai se enveredando aos poucos junto com o espectador numa rede repleta de ciladas.


Apesar da boa atuação de Ewan Mcgregor, seu personagem não o permite ser nada mais além do que um cego em tiroteio, sendo as ótimas coadjuvantes Olivia Williams e Kim Cattrall (Sex and The City) mais exigidas, com personagens difíceis e cheias de nuances. Destaque para a ambientação do filme. A ilha é muito bem caracterizada, clima nublado e acinzentado, fora a casa, com decoração moderna e grandes janelas que dão um ar de mistério e melancolia. O apuro técnico de Polanski é inegável e agrada aos olhos, não só pelas belas imagens, mas até um pequena seqüência de um jardineiro tentando inutilmente varrer as folhas secas durante uma ventania é uma pista do que há por vir. 


Enquanto os suspenses de Hitchcock e Fritz Lang em sua fase noir concentram o climax da trama no desfecho da coisa ou processo parcialmente ou totalmente descoberto, Polanski concentra seus esforços em deixar a dúvida corroer o protagonista, restando pouco ou nada a saber sobre o mistério no decorrer do filme. Dessa forma, ele ganha liberdade para trazer elementos ou sub-tramas difusas em relação ao mistério principal, mas que podem dar pistas. Em O Escritor Fantasma as sub-tramas possuem uma veia irônica, como no duelo quase infantil da esposa de Lang com a sua assistente, na caracterização do personagem Adam Lang, sempre com um ar de criança egocêntrica irritada porque roubaram seu brinquedo. Além é claro da principal ironia: a comparação da história com o governo do primeiro ministro Tony Blair. Em se tratando de um filme político, nada melhor do que um humor refinado em que você dá risadas em momentos não propícios através dos embaraços políticos num ambiente ambíguo, e por isso agradável.



Servidor: Megaupload
Formato: AVI (698 megas)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
http://www.megaupload.com/?d=MR7OADBH

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Um Barco e Nove Destinos


Titulo original: Lifeboat
Ano de Lançamento:1944
Gênero:Suspense
País: EUA
Roteiro: Adaptado da obra de John Steinbeck
Direção: Alfred Hitchcock
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0037017/

Após uma dura batalha entre um navio americano e um submarino alemão durante a IIGM, um pequeno grupo de sobreviventes americanos se amontoam em um bote salvavidas. Willi é o único sobrevivente alemão que se junta ao grupo. O filme segue ininterrupamente os sobreviventes no bote, eles se organizam para racionar alimentos e comida e tentam construir um clima de cooperativismo e otimismo frente a esta tragedia. No entanto, eles descendem ao desespero e a frustração a medida que a desidratação e a fome crescem com a falta de esperança. O histórico de cada personagem é examinado, pessoas de diferentes culturas, diferentes raças, religiões e classes sociais são confinadas em um espaço minimo a condições sub-humanas. Diante de tantos percalços, uma das passageiras morre, outro precisa amputar a perna para evitar gangrena, sem contar o clima de desconfiança com o passageiro alemão, aparentemente mais uma vitima da situação que o levou a atacar pessoas inocentes, mas nem de longe é confiável. 
Em Lifeboat, a situação vivenciada facilmente transmitiria uma certa angústia frente a difícil situação dos personagens, mas com um roteiro repleto de diálogos ácidos, irônicos e desconcertantes, o filme neutraliza qualquer dramaticidade da situação. Connie Porter (Tallulah Bankhead), a aristocrata bem humorada, claramente representa um estereótipo inglês e protagoniza os momentos mais sarcasticos, juntamente com Gus (Willaim Bendix), um grandalhão beberrão de bom coração. Todos os personagens tem seus momentos marcantes e representam uma classe da sociedade. Dessa forma, os anseios com o futuro dentro da realidade de cada personagem são dissecados naturalmente, fazendo o espectador se identificar com cada um dos personagens. Temas complexos como a guerra, a segregação racial e o convivio social são botados a prova com uma facilidade extrema, justificados pelo roteiro de John Steinbeck e pela condução de Hitchcock, mestre em mesclar humor e suspense.
Ao falar nas qualidades do Hitchcock, é notável ver o que ele pode desenvolver com o minimo de cenários, vide Festim Diabólico, que se passa inteiramente em um apartamento. Em Lifeboat, só existe 1 cenário, o próprio bote. Sem quaisquer recursos adicionais, o filme se desenvolve apenas com o bote e os personagens e em nenhum momento cai na monotonia, traduzindo-se numa viagem agradável ao espectador. Aliás, a primeira fase de Hitchcock, ainda na Inglaterra e os primeiros anos nos EUA na década de 40 representam uma das épocas mais criativas do mestre, recheadas do tipico humor refinado inglês e das constantes sátiras ao patriotismo exacerbado dos americanos.


Servidor: Rapidshare
Formato: RMVB (314 megas em 4 partes)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Pacote de links: http://www.4shared.com/file/147873007/50d1e017/AH-UBEND-L1944.html
Fonte: http://soniassrj.blogspot.com/2009/11/um-barco-e-nove-destinos-lifeboat-1944.html

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cléo das 5 às 7


Titulo original: Cléo de 5 à 7
Ano de Lançamento: 1962
Gênero: Drama
País: França
Direção: Agnès Varda
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0055852/

O filme mostra os questionamentos de uma cantora francesa chamada Cléo. Seguimos Cléo de 5 da tarde as 7 da noite enquanto ela espera o resultado de uma biopsia . Nesse tempo ela vai a cartomante, toma café, faz compras e passeia pelas ruas de Paris. Provavelmente acompanhar na tela a vida de uma pessoa durante duas horas possa ser uma atividade enfadonha, afinal, o que há de interessante na realidade cotidiana? Agnès Varda se encoraja nessa aventura e nos brinda com uma obra que transforma a realidade assistida numa obra apreciável e inspiradora. Agnès ainda conta com a bela trilha sonora de Michel Legrand, que entra em sintônia com os anseios de Cléo e com a atmosfera da Paris dos anos 60.


Não é a demonstração física que transforma as duas horas de Cléo numa experiência que interesse ao espectador. A verdadeira essência esta no intangível, nas interpretações variadas das atividades comuns. Claro que ver a belissima Cléo (Corinne Marchand) passeando pelas maravilhosas ruas de Paris são um convite a parte, porém, o diferencial da obra é a imersão ao interior de Cléo, perceber sua angústia, seu medo, desespero, a relação amaldiçoada entre a beleza e a morte e ver a reação de Cléo a isso tudo de modo puro, tão real e explicito, como se pudéssemos ver sua alma materializada.
O conceito de filme em tempo real que vemos comumente nas telas é utilizado na grande maioria em filmes de ação, onde a trama tem foco em um objeto (uma bomba) ou num evento importante (um ataque alienigena) que põe em risco a vida de muitas pessoas, as vezes do mundo inteiro. No entanto, o evento principal  desse filme diz respeito apenas a Cléo, o profundo processo de mudança pelo qual ela passa durante a espera do exame. De menina supersticiosa, que apela para práticas não cientificas a uma mulher madura, que deixa de sentir medo. O encontro com o soldado é primordial para esse processo de mudança, pois ela finalmente encontra alguém que não esteja aberto apenas para si mesmo.
Cleo é invadida por olhares superficiais, todos enxergam apenas o externo, sua beleza é tanta, que lá todos se mantém, sem enxergar seu interior. Em poucos momentos, o sujo e o grotesco ou o olhar artistico desviam as atenções de Cléo. O que vemos é uma mulher amaldiçoada pela beleza, incomodada pelos olhares e pela sua própria música. Ela busca um pouco de paz e silêncio ao mesmo tempo que sofre com a solidão, ela busca um alento para seu desespero, uma paz interior que as superstições não puderam suprir.


Servidor: Rapidshare
Formato: AVI (800 megas)
Áudio: Francês
Legendas: Português
Fonte: http://trixxxtorrents.wordpress.com/2009/07/15/cleo-de-5-a-7-cleo-de-5-a-7/

http://rapidshare.com/files/129994712/C.5a7.part1.rar
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2° opção: Torrent
Servidor: Megaupload
http://www.megaupload.com/?d=5ZOS5UOM
Legenda: http://www.megaupload.com/?d=5ZOS5UOM


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Tesouro Perdido


Titulo original: The Loss of a Teardrop Diamond
Ano de Lançamento: 2010
Gênero: Drama
País: EUA
Direção: Jodie Markell
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0896031/

Depois de trabalhar com Jim Jarmusch e Woody Allen, Jodie Markell se aventura atrás das câmeras e dirige um filme independente, e quando se diz independente, se diz barato no jargão americano. O filme é a adaptação da obra do dramaturgo Tennesse Williams. A história é sobre Fisher (Bryce Dallas Howard), uma garota de Memphis que acaba de chegar da Europa e demonstra sem pudor seu sentimento de superioridade, chocando a todos os moradores conservadores com suas peripécias. A moça logo se interessa por Jimmy (Chris Evans), cuja mãe é desequilibrada e o pai um alcoólatra que trabalha para a familia de Fisher. Percebendo a distância monetária que os separa, Fisher decide disfarçar o rapaz de rico. O sumiço de um brinco de diamantes coloca em risco o relacionamento dos dois.


Não há nada mais clichê do que historias de romance com a moça rica e o moço pobre, e vice-versa. Sem fugir a regra, a obra de Williams segue a mesma receita, porém com alguns toques secretos, bem aproveitados por Markell. É  difícil não cair na chatice e na mesmisse de romances que apelam para o sentimentalismo barato e declarações de amor que beiram ao ridículo, se tratando de um romance nesses moldes. No entanto, percebe-se no filme a ausência de beijos acalorados, a falta de fidelidade quase religiosa e principalmente a presença de uma personagem principal antipática, prepotente e irritante. Bryce Dallas não foi uma boa escolha para esse papel, apesar de ter atuado com primazia, falta ao seu rosto ares de maldade, que dariam maior legitimidade a esnobe personagem Fischer. 
Diversos recursos são utilizados quando o orçamento é curto, isso aflora a imaginação impondo desafios para a criatividade dos realizadores independentes. Em Tesouro Perdido a câmera é sempre baixa, limitando a imagem do horizonte, a visão opulenta e ostentosa da alta sociedade é transmitida pelos sentimentos exacerbados dos membros da alta sociedade, naturalmente invejosos e ambiciosos, de forma caricatural que substitui caras tomadas de salões de dança e inúmeros figurantes bem vestidos. Outro detalhe é que mais da metade do filme se passa numa festa, aliás, com um pouco de coragem, o filme inteiro poderia se passar na festa a fantasia na qual Fischer perdeu seu brinco de diamantes. Os momentos antecessores a festa são lentos e arrastados, que nada adiciona a continuidade da obra.
As mulheres de Williams são retratadas como pessoas baixas e corruptíveis, envoltas numa aura de perdão mútuo frente a prisão social em que as mulheres se submetem. É algo que se aproxima ao que Virginia Woolf define como tratar a própria sala de jantar como ambiente de trabalho, onde seus afazeres restringem-se as árduas tarefas de manter a falsidade para o bem comum. Fischer é a personagem que foge a regra, subversiva e impulsiva, tal qual um artista no climax da criação.
Markell desfigura a opulencia do universo de Williams, apresentando uma nova abordagem que se não chega a ter muita expressividade, mas pelo menos transmite o tema psicológico através da protagonista. As caras e bocas realçam as fracas interpretações, salvo Bryce Dallas. A fotografia é recheada de diversas fontes de luz vindas do além, tentando beirar ao fantástico sem sucesso. Ainda assim, Markell aproveitou o ótimo material do Williams e multiplicou os pães com pouca grana.


Servidor: Megaupload ou Filefactory
Formato: AVI (800 megas)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Fonte: http://www.freefilmeseseries.com/download-filme-tesouro-perdido/

http://www.filefactory.com/file/b44ga4e/n/TePe-3LT0N_by_Fs..avi
http://www.megaupload.com/?d=RXB6LPRY