sábado, 15 de maio de 2010

Sexo, Mentiras e Vídeo


Titulo original: Sex, Lies and Video tape
Ano de Lançamento: 1989
País: EUA
Direção: Steven Soderbergh
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0098724/

A única coisa datada neste filme talvez seja o titulo, um simples detalhe já que estamos na era dos dvds. O mais importante é que o titulo define bem quem é o agente catalisador de uma trama densa sobre hipocrisia, repressão sexual, puritanismo e crises familiares.

Ann Mullany (Andie MacDowell) não se sente mais à vontade ao ser tocada pelo marido, John (Peter Gallagher). Ele mantém um caso secreto com Cynthia (Laura San Giacomo), sua amalucada cunhada. O marasmo desse triângulo amoroso é abalado com a chegada de Graham (James Spader), um amigo de infância de John que se aproxima de Ann e lhe confidencia sua estranha condição. 




Graham, um cara misterioso, com olhares distantes, obcecado pela verdade e sexualmente perverso, chega após 9 anos para evidenciar tudo que foi reprimido pelo triângulo amoroso bem familiar. Ele parece louco e cheio de problemas, mas invariavelmente é normal ao lado de Ann - a mulher que não tem orgasmos. Cynthia é sua irmã e parece que sugou todo o apetite sexual de Ann para gastar com o marido da irmã, o John, um cara normal, que trabalha num escritório e trai sua bela esposa. 
É  com esses quatro personagens e meia dúzia de cenários que Steven Soderbergh cria uma narrativa madura, abordando o sexo de forma desconcertante e agressiva, o silêncio e a verdade chegam a ser desagradáveis, porém engraçados e narcotizantes. A mentira, pertencente a segunda classe mais baixa dos seres humanos (a primeira é dos advogados), é desafiada com a dura ilusão para não encarar a realidade. O vídeo é o instrumento que caracteriza a estranheza sexual de John, seus pensamentos, suas ideologias e suas incapacidades. 
Quanto menos chaves você possui, mais liberdade tem, mas ninguém está livre do aprisionamento. O clima claustrofobico é tão comum: a mesma porta aberta, o mesmo chá gelado, e tudo que ele precisa é por a fita e ligar a câmera. 

É uma grande surpresa ver Andie Macdowell em ação, confesso que só lembro dela por causa de uma propaganda de sabonete, sabe, aquela com dublagem por cima da voz original. Já James Spader, me pergunto o que aconteceu com ele, a atuação dele aqui foi até melhor do que em "Lobo", mas nunca mais ouvi falar dele e sem saber o motivo não tenho vontade de pesquisar. 
É  uma outra grande surpresa ver que Steven Soderbergh seja o realizador de uma obra tão importante para o cinema independente. Foi sua obra de estréia, que recebeu a Palma de Ouro em Cannes. É um exemplar digno de filmes com baixo orçamento e grande qualidade. Se Steven Soderbergh deve ser lembrado, não seria por Erin Brockovich, Traffic ou Ocean's eleven, e sim por esse filme. Mesmo assim, só dei chance a esse filme por causa dele, desconhecia a importância da obra como alavanca para o cinema independente dos anos 80. Ele é um cara que a vinte anos atrás fez muito com pouco, e hoje poderia fazer muito mais com muito. Será que ele perdeu o jeito ou esqueceu de onde veio? Só não tenho essa certeza por causa de Ocean's eleven (que eu já vi mais de dez vezes). 

Servidor: Megaupload
Formato: RMVB (333 megas)
Áudio: Inglês
Legendas: Português

http://www.megaupload.com/?d=M3ORFEUI

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A Bela Junie


Titulo original: La Belle Personne
Ano de Lançamento: 2008
Gênero: Drama
País: França
Direção: Christophe Honoré
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1263778/

Filme do prestigiado diretor Christophe Honoré é inspirado no clássico ‘La Princesse de Clèves', de Madame de La Fayette, considerado um dos primeiros romances psicológicos da literatura ocidental. 
Junie (Léa Seydoux) é uma garota de 16 anos que muda de escola após a morte de sua mãe e logo se enturma com os novos colegas. Sua beleza chama a atenção dos rapazes e ela começa a namorar um deles, Otto (Grégoire Leprince-Ringuet), antes de se dar conta de que está apaixonada pelo professor de italiano, Nemours (Louis Garrel).
A Bela Junie foi livremente inspirado em ‘La Princesse de Clèves', escrito por Madame de La Fayette no século 17. O livro é considerado um dos primeiros romances psicológicos da literatura ocidental. Christophe Honoré diz que se trata mais de uma "proposta de leitura" do que propriamente de uma adaptação, assim como fez em ‘Ma Mère' (2004). Para o diretor, não existe um romance no cinema (francês), o que há é um cineasta que o leu. "O próprio cinema é uma leitura", diz.



Honoré filma a adolescência e tudo aquilo que enfraquece a juventude: o amor e a beleza. Honoré adapta o romance transformando as belas pessoas da corte nos belos adolescentes do colégio. A atemporalidade do romance põs nas mãos de Honoré um trunfo para se aprofundar no psicológico dos personagens. O filme mostra adolescentes preocupados apenas com o amor e com os estudos, os professores parece que ainda não cresceram e se não fosse por traços fisicos que revelam a idade seria difícil diferencia-los dos alunos. O cenário é digno de uma tragédia de amor e Junie é tão imponente quanto frágil. Todos mostram uma fragilidade de porcelana, mascarada pelas belas faces. São instruidos e ao mesmo tempo rasos, tem influências mas não as põem em prática. A adolescência é um bloqueio e transparece a estupidez dos adolescentes que tentam acima de tudo engrandecer seus problemas. 
Contudo, os conflitos psicológicos são tão vázios quanto a história, percebemos que a fragilidade não é característica de uma tragédia, não é paralelo ao grandioso. É um desafio enobrecer o falso grandioso, o estilo pop intelectualizado e a (des)acreditação no amor, são qualidades  que renderam apenas um entretenimento charmoso.

"Nem as olheiras da Junie tiram sua beleza"

Servidor: Megaupload
Formato: AVI (620 megas)
Áudio: Françês
Legendas: Português

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Metrópolis


Titulo original: Metropolis
Ano de Lançamento: 1926
Gênero: Ficção
País: Alemanha
Direção: Fritz Lang


O filme apresenta uma forte expressão visual, baseado na história de Thea Von Harbou juntamente com Fritz Lang, foi a mais cara produção da época. Próprio do Expressionismo Alemão, porém se destaca ainda mais o visual pelos elementos arquitetônicos da cidade dos trabalhadores e os panoramas da cidade, com suas passagens suspensas e seus carros voadores. Para um filme de 1926, foi uma revolução no cinema. Os efeitos visuais com os espelhos foram os mais notáveis, é o chamado Efeito Schufftan, que mais tarde foi substituído pelo fundo verde. A atuação dupla de Brigitte Helm foi maravilhosa, alternando entre a doce Maria e a Andróide encenadora da violência. As influências para o cinema são infindáveis dessa obra. É o primeiro grande representante do gênero Sci-fi e um dos maiores representantes do Expressionismo Alemão.
O filme inicia-se com a mudança de turno dos trabalhadores, através de uma dança macabra e uma trilha sonora nonsense. A trama começa quando Maria, uma jovem que cuida das crianças dos operários se encontra com o filho de Fredersen. O jovem mora nos jardins suspensos, logo acima das galerias do subsolo, seu rosto é lívido, inocente e alheio ao ambiente frio, vazio e sem sentimentos do ambiente de trabalho logo abaixo dos seus pés. Maria o olha com pena e lembra que todas aquelas crianças são seus irmãos. Esse é o primeiro lapso de realidade que o jovem Frederson tem em toda sua vida.
O jovem Frederson, herdeiro da cidade dos trabalhadores, decide conhecer o chão de fábrica, assiste o trabalho dos operários, a dança da morte, cansados e fatigados. Não podem errar, não podem parar, não podem pensar. Um erro, várias mortes, uma cena memorável da máquina capitalista matando inocentes. Os mortos são substituídos como máquinas de reserva. Freder observa a tudo com desespero.
A jovem Maria se destaca entre os operários, na galeria mais profunda e mais próxima do inferno, velas são acesas, crucifixos são expostos e as esperanças se renovam. Reivindicação, melhores condições de trabalho, tudo sem violência, Maria prega o socialismo utópico, ela acredita num futuro melhor e espera o escolhido que irá representá-los. Enquanto isso o herdeiro é ludibriado pelo seu pai, o criador de Metrópolis. Ele segue as idéias contrárias de Maria, e com a ajuda de um cientista tenta confundir a cabeça dos trabalhadores, ele espera que os trabalhadores cavem suas próprias covas e paguem por pensar besteiras. A idéia não é a de substituir homens por máquinas e sim transformar os homens em máquinas.
Maria tem seu lado negro exposto, o robô deve parecer com um humano, Maria é seqüestrada e seus traços finos de anjo são emprestados ao robô. O vilão é o pai Freder e sua serva fiel aguarda instruções.
A partir daí, num misto de suspense e ação, um toque fantástico de horror toma conta da fábrica, a violência é pregada e a revolução tem início. A inundação é a resposta do empresário, tudo está fora de controle.
Como num conto de fadas industrial, o herdeiro Freder protege sua amada Maria, a caça as bruxas começa e a mediação é concretizada. A hierarquia padece e Maria sempre esteve certa.

Servidor: Megaupload
Formato: RMVB
Áudio: Mudo
Legendas: Português

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