sábado, 18 de setembro de 2010

A Moça com a Valise


Titulo original: La Ragazza con la Valigia
Ano de Lançamento: 1960 (P e B)
Gênero: Drama
País: Itália
Direção: Valério Zurlini
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0054225/

Em 2001, uma mostra de cinema internacional em São Paulo mostrou pela primeira vez aos brasileiros o filme    que alavancou a carreira de Zurlini. Antes disso, para se tornar fã de Valério Zurlini, era preciso ter vivido na década de 60 na Itália. Como não é o meu caso, refleti sobre o caminho para se tornar fã de Zurlini. O ponto de partida para se tornar fã começaria com a população dos amantes de cinema e a partir desse montante, dividiríamos em estratos. Iniciaríamos a divisão com aqueles que curtem o cinema europeu. Depois, aqueles que curtem especificamente o cinema italiano e, indo mais a fundo, aqueles que curtem a época de ouro do cinema italiano. Alguns parariam em Visconti, De Sica e Fellini, outros ainda conheceriam Antonioni e Pasolini. Zurlini viria tempo depois, com um certo atraso, mas com um belo ar de surpresa.
Era uma época maravilhosa, as belas atrizes protagonistas eram também as esposas dos produtores. Claudia Cardinalle (Aida) não foge a regra, ou melhor, não contradiz o símbolo de status. Ela interpreta uma dançarina de cabaré, que foi enganada por um playboy e faz de tudo para encontra-lo. Ela é ajudada pelo irmão mais novo do playboy, que logo se apaixona pela bela Aída, os dois se sentem atraidos, mas logo se vê que essa ligação é impossível. 

Lorenzo (Jacques Perrin), é um jovem timido que toma culpa dos desvios de caráter do irmão e usa como desculpa para proteger Aída, uma jovem humilde, sonhadora e mãe solteira, mas com um destino inexorável. Zurlini retrata a desventura de Aída e Lorenzo e a todo momento enaltece a impossibilidade do amor entre os dois, mostrando sempre os dois na tela, um em primeiro plano e o outro em segundo. Os deslumbramentos de Aída com todo aquele luxo oferecem cenas marcantes. Tudo que ela queria era um banheiro preto. Há cenas emblematicas como quando ela sai do banho e desce as escadas ou quando ela está dançando com um velho rico e Lorenzo assiste a tudo, impotente diante da situação. A trilha sonora traz músicas da época e são bem usadas no filme. A história é cheia de ternura, é envolvente. Não há como tirar os olhos de Claudia Cardinale, sua simplicidade e seu jeito alvoroçado tipicamente italiano são fascinantes. 

Zurlini começa a definir seu estilo a partir de A Moça com a Valise, o discurso é pessimista, mas envolto numa roupagem de graça divina. Pode-se dizer que ele não era um cara fácil de se trabalhar e trabalhava de forma lenta, por isso teve poucas realizações, apenas 8. Ele sempre buscou trabalhar com uma equipe que atendesse suas expectativas e as produtoras tinham que ter paciência. É preciso lembrar que nenhum homem é uma ilha e, que Zurlini sofreu no ramo do cinema por causa de suas próprias características profissionais. Pelo menos, só vi 1 filme dele, por enquanto. E o caminho para se tornar fã de Zurlini está sendo traçado, conforme o pensado. 



Torrent hospedado no site: http://thepiratebay.org/torrent/4249328/a_moA_a_com_a_valise
Formato: AVI (701 megas)
Áudio: Italiano
Legendas: Português

O Retorno da Maldição - A Mãe das Lágrimas



Titulo original: La Terza Madre
Ano de Lançamento: 2007
Gênero: Horror, Giallo.
País: Itália, EUA
Direção: Dário Argento
IMDB: http://www.imdb.pt/title/tt0804507/

É  raro ver um cineasta que começa muito bem e que se perca totalmente depois de anos de experiência acumulada. O diretor Dário Argento, realizador da obra-prima Suspíria e pioneiro do cinema Giallo italiano, é o mesmo que 20 anos depois termina sua Trilogia das bruxas (Suspíria, Mansão do Inferno e O Retorno da Maldição) de maneira catastrófica. Nesse último episódio da saga  a queda foi completa, e se no segundo episódio foi em progressão aritmética, dessa vez a queda foi em progressão geométrica. A fotografia impecável e as cenas de horror gore que permeiam toda a carreira do diretor, é deixada de lado na última parte da trilogia, e dá lugar a uma produção desleixada, que não representa nem a sombra do que Dário já fez um dia. 
A história acontece em Roma, quando uma urna é encontrada e levada a um museu da cidade para análise. Ela continha três pequenas estátuas e um manto. Depois de aberta a urna, a cidade de Roma foi tomada por uma série de violentos incidentes: assaltos, estupros, suicídios e assassinatos. Todos esses eventos foram causados pelo retorno de Mater Lacrimarum: a mãe das lágrimas,  a mais poderosa das três bruxas que desde sempre levam terror e morte por onde passam. A unica que pode dete-la é Sarah Mandy (Asia Argento), uma jovem estudante com poderes paranormais, que busca impedir  a todo custo a segunda queda de Roma. 


O filme parece feito as pressas, sem nenhuma preocupação com direção de arte, trilha sonora e montagem. O roteiro nunca foi o foco de Dário e sempre era compensado com muita qualidade técnica compondo um clima de suspense único, que definiu seu estilo. Mas dessa vez, as mortes criativas como a da mulher empalada e as várias cenas de sadismo não convencem. Asia Argento, esta belíssima, fugindo de um macaquinho endemoniado, mas recebe um Cavalo de Tróia com esse personagem e, não dá pra saber se ela teria atuado bem. Com Asia, o erro foi duplo, a negação de um bom personagem e a proibição de sua nudez. O final é de uma falta de criatividade sem tamanho. A mãe das lágrimas, que supostamente deveria ser a mais poderosa das três bruxas, merece censura não pelo medo que causa e, sim pela sua depravação sem sentido. Porém, convenhamos que sadismo não precisa ter sentido. Mesmo com Dário errando feio, no cenário atual de filmes de terror, O Retorno da Maldição ainda consegue ser superior aos filmes "Goreteen" como Rec e Jogos Mortais. Mas uma trilogia que foi iniciada com Suspíria, não merecia um final tão medíocre. 



Servidor: Freakshare
Formato: AVI por Torrent (701 megas)
Áudio: Inglês
Legendas: Português

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