Titulo original: Excitação
Ano de Lançamento: 1976
Gênero:
País: Brasil
Direção: Jean Garret
IMDB: http://www.imdb.com/name/nm0360922/
É um filme brasileiro da segunda metade dos anos 70, tem cenas de nudez, de sexo e, o mais importante, tem Zilda Mayo, mas, não é pornochanchada. O filme conta a história de Helena, esposa de Renato que comprara um casa a beira mar com o propósito de ajudar a esposa, que sofria de crises nervosas e alucinações. Helena descobre que Paulo, marido de sua vizinha Arlete e antigo proprietário da casa, havia se enforcado ali, ela compreende que não sofre de alucinações, pois uma de suas visões era justamente a de um homem balançando na ponta de uma corda. Arlete torna-se amiga de Helena e amante de Renato. Renato, que é engenheiro e materialista, não acredita em manifestações sobrenaturais e quer internar a esposa. Ainda tem Lu, prima de Arlete, que está no filme apenas para ficar nua em algumas cenas e ser mais uma amante de Renato.
É com essa sinopse confusa, que mais parece trama de novela que se encontra um bom filme de terror nacional, que apesar de ter qualidades, não conseguiu fugir a tendência nacional do cinema brasileiro da época. As cenas de nudez e os encontros amorosos pouco importam no filme e, revelam uma fraqueza nacional de se incluir a todo custo cenas calientes, no sentido mais brega possivel. Nesse sentido, Glauber Rocha tinha independência no cinema nacional, pena que fosse chato, diferente de Jean Garret, realizador de Excitação, que por sinal, tem um titulo nada a ver com o filme. No entanto, Garret joga boa parte das medidas apelativas para atrair o público em cenas desnecessárias, que se forem excluidas, dão um ar de seriedade e comprometimento com a verdadeira trama do filme, que é focado no mistério que ronda o inconsciente de Helena. Com uma boa dose de referências, incluindo a manteneção do mistério até o climax da revelação final, próprio de Hitchock e, indo mais a fundo, incluindo o mar como metáfora para abordar a solidão e a tristeza, próprios de Antonioni, Garret consegue traduzir em esboço de grande obra sua realização, com uma camera quase com bons angulos, e uma fotografia amadora, mas com grande potencial.
Assistindo Excitação, percebo que nosso cinema se estagnou com a pornochanchada e, que se Garret tivesse pelo menos um terço do conhecimento de Glauber Rocha no que tange a parte técnica e uma certa dose de coragem e apoio para não incluir apelos sexuais desnecessários, poderia ter nos presenteado com uma grande pérola do cinema nacional. Da mesma forma, se Glauber não se fechasse a uma ideologia baseada em modelos que beiram os primordios do cinema mundial (sem denegrir a importância histórica) e não fosse obcecado pela busca incessante da identidade do cinema nacional, poderia ter lapidado obras como Excitação.
Minhas esperanças parecem se manter, haja visto que ainda dou chances a filmes brasileiros de uma época em que a cultura do erotismo reinava no cinema nacional. Mas, a única conclusão a que chego, é que o corajoso Glauber Rocha não era um cara chato e, sim um péssimo estrategista, não por excluir o erotismo e, sim por não compor elementos do cinema estrangeiro já consolidados. Muito se fala sobre identidade, porém se a identidade do cinema brasileiro se baseava em modelos antigos e ultrapassados, prefiro as pornochanchadas, que pelo menos causam excitação, seja pelo erótismo ou pelo potencial de ser grande obra.
Servidor: Megaupload
Formato: AVI (690 megas)
Áudio: Português
Legendas: S/ legendas
http://www.megaupload.com/?d=5NLDZFB1
Fonte: Supersônico a Carvão: http://supercarvao.blogspot.com/2010/09/excitacao.html
É um filme EXPLOITATION, aconteceu do mesmo jeito aqui e em muitas partes do mundo. A violência, nudez e sexo desse filme não tem nada a ver com a cultura brasileira...
ResponderExcluirExcitação é um grande filme de suspense. Com final surpreendente. E quem nos surpreende foi justamente Helena e seu amigo 'fantasma' que sossegou somente quando a justiça foi feita no final. Ótimo filme.
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