sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Um Barco e Nove Destinos


Titulo original: Lifeboat
Ano de Lançamento:1944
Gênero:Suspense
País: EUA
Roteiro: Adaptado da obra de John Steinbeck
Direção: Alfred Hitchcock
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0037017/

Após uma dura batalha entre um navio americano e um submarino alemão durante a IIGM, um pequeno grupo de sobreviventes americanos se amontoam em um bote salvavidas. Willi é o único sobrevivente alemão que se junta ao grupo. O filme segue ininterrupamente os sobreviventes no bote, eles se organizam para racionar alimentos e comida e tentam construir um clima de cooperativismo e otimismo frente a esta tragedia. No entanto, eles descendem ao desespero e a frustração a medida que a desidratação e a fome crescem com a falta de esperança. O histórico de cada personagem é examinado, pessoas de diferentes culturas, diferentes raças, religiões e classes sociais são confinadas em um espaço minimo a condições sub-humanas. Diante de tantos percalços, uma das passageiras morre, outro precisa amputar a perna para evitar gangrena, sem contar o clima de desconfiança com o passageiro alemão, aparentemente mais uma vitima da situação que o levou a atacar pessoas inocentes, mas nem de longe é confiável. 
Em Lifeboat, a situação vivenciada facilmente transmitiria uma certa angústia frente a difícil situação dos personagens, mas com um roteiro repleto de diálogos ácidos, irônicos e desconcertantes, o filme neutraliza qualquer dramaticidade da situação. Connie Porter (Tallulah Bankhead), a aristocrata bem humorada, claramente representa um estereótipo inglês e protagoniza os momentos mais sarcasticos, juntamente com Gus (Willaim Bendix), um grandalhão beberrão de bom coração. Todos os personagens tem seus momentos marcantes e representam uma classe da sociedade. Dessa forma, os anseios com o futuro dentro da realidade de cada personagem são dissecados naturalmente, fazendo o espectador se identificar com cada um dos personagens. Temas complexos como a guerra, a segregação racial e o convivio social são botados a prova com uma facilidade extrema, justificados pelo roteiro de John Steinbeck e pela condução de Hitchcock, mestre em mesclar humor e suspense.
Ao falar nas qualidades do Hitchcock, é notável ver o que ele pode desenvolver com o minimo de cenários, vide Festim Diabólico, que se passa inteiramente em um apartamento. Em Lifeboat, só existe 1 cenário, o próprio bote. Sem quaisquer recursos adicionais, o filme se desenvolve apenas com o bote e os personagens e em nenhum momento cai na monotonia, traduzindo-se numa viagem agradável ao espectador. Aliás, a primeira fase de Hitchcock, ainda na Inglaterra e os primeiros anos nos EUA na década de 40 representam uma das épocas mais criativas do mestre, recheadas do tipico humor refinado inglês e das constantes sátiras ao patriotismo exacerbado dos americanos.


Servidor: Rapidshare
Formato: RMVB (314 megas em 4 partes)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Pacote de links: http://www.4shared.com/file/147873007/50d1e017/AH-UBEND-L1944.html
Fonte: http://soniassrj.blogspot.com/2009/11/um-barco-e-nove-destinos-lifeboat-1944.html

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cléo das 5 às 7


Titulo original: Cléo de 5 à 7
Ano de Lançamento: 1962
Gênero: Drama
País: França
Direção: Agnès Varda
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0055852/

O filme mostra os questionamentos de uma cantora francesa chamada Cléo. Seguimos Cléo de 5 da tarde as 7 da noite enquanto ela espera o resultado de uma biopsia . Nesse tempo ela vai a cartomante, toma café, faz compras e passeia pelas ruas de Paris. Provavelmente acompanhar na tela a vida de uma pessoa durante duas horas possa ser uma atividade enfadonha, afinal, o que há de interessante na realidade cotidiana? Agnès Varda se encoraja nessa aventura e nos brinda com uma obra que transforma a realidade assistida numa obra apreciável e inspiradora. Agnès ainda conta com a bela trilha sonora de Michel Legrand, que entra em sintônia com os anseios de Cléo e com a atmosfera da Paris dos anos 60.


Não é a demonstração física que transforma as duas horas de Cléo numa experiência que interesse ao espectador. A verdadeira essência esta no intangível, nas interpretações variadas das atividades comuns. Claro que ver a belissima Cléo (Corinne Marchand) passeando pelas maravilhosas ruas de Paris são um convite a parte, porém, o diferencial da obra é a imersão ao interior de Cléo, perceber sua angústia, seu medo, desespero, a relação amaldiçoada entre a beleza e a morte e ver a reação de Cléo a isso tudo de modo puro, tão real e explicito, como se pudéssemos ver sua alma materializada.
O conceito de filme em tempo real que vemos comumente nas telas é utilizado na grande maioria em filmes de ação, onde a trama tem foco em um objeto (uma bomba) ou num evento importante (um ataque alienigena) que põe em risco a vida de muitas pessoas, as vezes do mundo inteiro. No entanto, o evento principal  desse filme diz respeito apenas a Cléo, o profundo processo de mudança pelo qual ela passa durante a espera do exame. De menina supersticiosa, que apela para práticas não cientificas a uma mulher madura, que deixa de sentir medo. O encontro com o soldado é primordial para esse processo de mudança, pois ela finalmente encontra alguém que não esteja aberto apenas para si mesmo.
Cleo é invadida por olhares superficiais, todos enxergam apenas o externo, sua beleza é tanta, que lá todos se mantém, sem enxergar seu interior. Em poucos momentos, o sujo e o grotesco ou o olhar artistico desviam as atenções de Cléo. O que vemos é uma mulher amaldiçoada pela beleza, incomodada pelos olhares e pela sua própria música. Ela busca um pouco de paz e silêncio ao mesmo tempo que sofre com a solidão, ela busca um alento para seu desespero, uma paz interior que as superstições não puderam suprir.


Servidor: Rapidshare
Formato: AVI (800 megas)
Áudio: Francês
Legendas: Português
Fonte: http://trixxxtorrents.wordpress.com/2009/07/15/cleo-de-5-a-7-cleo-de-5-a-7/

http://rapidshare.com/files/129994712/C.5a7.part1.rar
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2° opção: Torrent
Servidor: Megaupload
http://www.megaupload.com/?d=5ZOS5UOM
Legenda: http://www.megaupload.com/?d=5ZOS5UOM


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Tesouro Perdido


Titulo original: The Loss of a Teardrop Diamond
Ano de Lançamento: 2010
Gênero: Drama
País: EUA
Direção: Jodie Markell
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0896031/

Depois de trabalhar com Jim Jarmusch e Woody Allen, Jodie Markell se aventura atrás das câmeras e dirige um filme independente, e quando se diz independente, se diz barato no jargão americano. O filme é a adaptação da obra do dramaturgo Tennesse Williams. A história é sobre Fisher (Bryce Dallas Howard), uma garota de Memphis que acaba de chegar da Europa e demonstra sem pudor seu sentimento de superioridade, chocando a todos os moradores conservadores com suas peripécias. A moça logo se interessa por Jimmy (Chris Evans), cuja mãe é desequilibrada e o pai um alcoólatra que trabalha para a familia de Fisher. Percebendo a distância monetária que os separa, Fisher decide disfarçar o rapaz de rico. O sumiço de um brinco de diamantes coloca em risco o relacionamento dos dois.


Não há nada mais clichê do que historias de romance com a moça rica e o moço pobre, e vice-versa. Sem fugir a regra, a obra de Williams segue a mesma receita, porém com alguns toques secretos, bem aproveitados por Markell. É  difícil não cair na chatice e na mesmisse de romances que apelam para o sentimentalismo barato e declarações de amor que beiram ao ridículo, se tratando de um romance nesses moldes. No entanto, percebe-se no filme a ausência de beijos acalorados, a falta de fidelidade quase religiosa e principalmente a presença de uma personagem principal antipática, prepotente e irritante. Bryce Dallas não foi uma boa escolha para esse papel, apesar de ter atuado com primazia, falta ao seu rosto ares de maldade, que dariam maior legitimidade a esnobe personagem Fischer. 
Diversos recursos são utilizados quando o orçamento é curto, isso aflora a imaginação impondo desafios para a criatividade dos realizadores independentes. Em Tesouro Perdido a câmera é sempre baixa, limitando a imagem do horizonte, a visão opulenta e ostentosa da alta sociedade é transmitida pelos sentimentos exacerbados dos membros da alta sociedade, naturalmente invejosos e ambiciosos, de forma caricatural que substitui caras tomadas de salões de dança e inúmeros figurantes bem vestidos. Outro detalhe é que mais da metade do filme se passa numa festa, aliás, com um pouco de coragem, o filme inteiro poderia se passar na festa a fantasia na qual Fischer perdeu seu brinco de diamantes. Os momentos antecessores a festa são lentos e arrastados, que nada adiciona a continuidade da obra.
As mulheres de Williams são retratadas como pessoas baixas e corruptíveis, envoltas numa aura de perdão mútuo frente a prisão social em que as mulheres se submetem. É algo que se aproxima ao que Virginia Woolf define como tratar a própria sala de jantar como ambiente de trabalho, onde seus afazeres restringem-se as árduas tarefas de manter a falsidade para o bem comum. Fischer é a personagem que foge a regra, subversiva e impulsiva, tal qual um artista no climax da criação.
Markell desfigura a opulencia do universo de Williams, apresentando uma nova abordagem que se não chega a ter muita expressividade, mas pelo menos transmite o tema psicológico através da protagonista. As caras e bocas realçam as fracas interpretações, salvo Bryce Dallas. A fotografia é recheada de diversas fontes de luz vindas do além, tentando beirar ao fantástico sem sucesso. Ainda assim, Markell aproveitou o ótimo material do Williams e multiplicou os pães com pouca grana.


Servidor: Megaupload ou Filefactory
Formato: AVI (800 megas)
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Fonte: http://www.freefilmeseseries.com/download-filme-tesouro-perdido/

http://www.filefactory.com/file/b44ga4e/n/TePe-3LT0N_by_Fs..avi
http://www.megaupload.com/?d=RXB6LPRY