Titulo original: La Ragazza con la Valigia
Ano de Lançamento: 1960 (P e B)
Gênero: Drama
País: Itália
Direção: Valério Zurlini
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0054225/
Em 2001, uma mostra de cinema internacional em São Paulo mostrou pela primeira vez aos brasileiros o filme que alavancou a carreira de Zurlini. Antes disso, para se tornar fã de Valério Zurlini, era preciso ter vivido na década de 60 na Itália. Como não é o meu caso, refleti sobre o caminho para se tornar fã de Zurlini. O ponto de partida para se tornar fã começaria com a população dos amantes de cinema e a partir desse montante, dividiríamos em estratos. Iniciaríamos a divisão com aqueles que curtem o cinema europeu. Depois, aqueles que curtem especificamente o cinema italiano e, indo mais a fundo, aqueles que curtem a época de ouro do cinema italiano. Alguns parariam em Visconti, De Sica e Fellini, outros ainda conheceriam Antonioni e Pasolini. Zurlini viria tempo depois, com um certo atraso, mas com um belo ar de surpresa.
Era uma época maravilhosa, as belas atrizes protagonistas eram também as esposas dos produtores. Claudia Cardinalle (Aida) não foge a regra, ou melhor, não contradiz o símbolo de status. Ela interpreta uma dançarina de cabaré, que foi enganada por um playboy e faz de tudo para encontra-lo. Ela é ajudada pelo irmão mais novo do playboy, que logo se apaixona pela bela Aída, os dois se sentem atraidos, mas logo se vê que essa ligação é impossível.
Lorenzo (Jacques Perrin), é um jovem timido que toma culpa dos desvios de caráter do irmão e usa como desculpa para proteger Aída, uma jovem humilde, sonhadora e mãe solteira, mas com um destino inexorável. Zurlini retrata a desventura de Aída e Lorenzo e a todo momento enaltece a impossibilidade do amor entre os dois, mostrando sempre os dois na tela, um em primeiro plano e o outro em segundo. Os deslumbramentos de Aída com todo aquele luxo oferecem cenas marcantes. Tudo que ela queria era um banheiro preto. Há cenas emblematicas como quando ela sai do banho e desce as escadas ou quando ela está dançando com um velho rico e Lorenzo assiste a tudo, impotente diante da situação. A trilha sonora traz músicas da época e são bem usadas no filme. A história é cheia de ternura, é envolvente. Não há como tirar os olhos de Claudia Cardinale, sua simplicidade e seu jeito alvoroçado tipicamente italiano são fascinantes.
Zurlini começa a definir seu estilo a partir de A Moça com a Valise, o discurso é pessimista, mas envolto numa roupagem de graça divina. Pode-se dizer que ele não era um cara fácil de se trabalhar e trabalhava de forma lenta, por isso teve poucas realizações, apenas 8. Ele sempre buscou trabalhar com uma equipe que atendesse suas expectativas e as produtoras tinham que ter paciência. É preciso lembrar que nenhum homem é uma ilha e, que Zurlini sofreu no ramo do cinema por causa de suas próprias características profissionais. Pelo menos, só vi 1 filme dele, por enquanto. E o caminho para se tornar fã de Zurlini está sendo traçado, conforme o pensado.
Formato: AVI (701 megas)
Áudio: Italiano
Legendas: Português