Titulo original: Lásky Jedne Plavolásky
Ano de Lançamento: 1965
Gênero: Drama
País: República Tcheca
Direção: Milos Forman
Com dezesseis mulheres para cada homem, as probabilidades estavam contra Andula em sua busca desesperada por um amor. Isso, até um jovem pianista visitar a pequena fábrica onde ela trabalha, e tranqüilizar seus desejos temporariamente. O jeito engraçado e sensível da jornada de Andula, dos primeiros sintomas do romance até a inevitável desilusão. ´Amores de Uma Loira´ tornou-se imediatamente um clássico Tcheco e garantiu a Milos Forman sua primeira indicação ao Oscar.
Crítica: Cinema Tcheco
Foram os anos de glória do cinema checo. Em 1965, A Pequena Loja da Rua Principal, de Jan Kadar e Elmar Klos, recebeu o Oscar de melhor filme estrangeiro. Dois anos depois, o cinema checo bisou o feito com Trens Estreitamente Vigiados, de Jiri Menzel. Não era só o prêmio da Academia de Hollywood que se rendia ao brilho e inteligência do cinema da Checoslováquia. Em todo o mundo, filmes como Um Dia, Um Gato, de Vojtech Jasny, e Os Amores de uma Loira, de Milos Forman, eram reverenciados pelos críticos e adorados pelo público.
Milos Forman se constitui num caso muito interessante. Já era o maior diretor da Checoslováquia, o mais importante da nouvelle vague checa, quando, forçado pelas circunstâncias políticas, emigrou para os EUA, virando um grande cineasta americano. O Big Five, a consagração dos cinco principais Oscars de Um Estranho no Ninho foi precedida pelo vigor crítico de Procura Insaciável e depois vieram Amadeus, Na Época do Ragtime - o maior ataque ao racismo feito por Hollywood -, O Povo contra Larry Flint e O Mundo de Andy. Nenhum passo em falso num currículo sempre brilhante. O relativo insucesso de Valmont pode ser explicado pelo fato de que a versão de Forman para o romance epistolar de Choderlos de Laclos surgiu ao mesmo tempo que a de Stephen Frears - Ligações Perigosas - e sem o cinismo da outra, que o público preferiu.
Em 1965, na época da Loira, Forman era um diretor de 33 anos (nasceu em 1932) que gostava de dizer que só faria filmes sobre jovens, porque eles eram mais honestos e puros que os adultos. Loira foi precedida por Pedro, o Negro e em ambos Forman colocou na tela, com realismo e humor (não desprovido de certa amargura), a rebeldia dos jovens checos dos nos 1960. A loira, interpretada por Hana Brejchova, trabalha
numa fábrica nos arredores de Praga. Não existem muitos homens no lugar. Não existe nenhum que se encaixe nos parâmetros que ela estabeleceu para o seu homem ideal. E, então, chega à cidade um destacamento de soldados. São velhos, mas entre eles há um, o mais jovem, que toca piano na banda militar. Vira o amor da loira e Forman usa a relação da personagem de Hana com os homens, o trabalho, a família e a cidade para fazer um filme revelador sobre a sociedade checa da época.
A Pequena Loja é de outra inspiração. O tema dos diretores Kadar e Klos é o colaboracionismo com os nazistas, durante a 2.ª Grande Guerra, quando a Checoslováquia foi ocupada pelos alemães. Há essa velha judia que possui a pequena loja na rua principal. E há esse homem que colabora com os alemães,
movido pelo secreto desejo (não tão secreto assim, você vai ver) de se apossar da loja. Kadar teve uma juventude difícil: foi obrigado a trabalhar num campo de concentração. Conheceu todo o horror da guerra e o expressou, em parceria com Klos, em filmes como O Anjo da Morte (ex-O Anjo da Morte se Chama Engelchen), sobre comandante nazista que oprime os checos. A dupla filmava o horror da guerra, mas cultivava um humor peculiar, o que faz de A Pequena Loja um dos precursores de A Vida É Bela, de Roberto Benigni.
Hoje, a Checoslováquia se chama República Checa e Eslováquia e ninguém mais dedica ao cinema checo a atenção que ele merecia há 40 anos. Naquele tempo, mais do que qualquer outro país do Leste Europeu, a Checoslováquia realizava na prática o sonho de um socialismo democrático, que terminou abruptamente quando os fascistas, vestidos de vermelho, invadiram Praga com seus tanques, em 1968. A chamada Primavera de Praga foi um sonho que durou pouco, mas permitiu que artistas como Forman, bebendo na fonte da nouvelle vague francesa, fizesse um cinema libertário e crítico em relação à burocracia stalinista.
Após a invasão soviética, Forman partiu para os EUA e se deu bem no cinema americano. Kadar também foi para a América, mas não se deu tão bem. Morreu em 1979, depois de fazer dois filmes, O Anjo Levine e Lembranças da Minha Infância: no primeiro, um anjo negro baixa à Terra para redimir judeu que perdeu a fé; no segundo, a história de uma família judia, num bairro pobre, é vista pelos olhos de um garoto. E não se falou na animação checa, marcada pelas experiências de Jiri Trnka com
marionetes, a partir de 1945.
Milos Forman se constitui num caso muito interessante. Já era o maior diretor da Checoslováquia, o mais importante da nouvelle vague checa, quando, forçado pelas circunstâncias políticas, emigrou para os EUA, virando um grande cineasta americano. O Big Five, a consagração dos cinco principais Oscars de Um Estranho no Ninho foi precedida pelo vigor crítico de Procura Insaciável e depois vieram Amadeus, Na Época do Ragtime - o maior ataque ao racismo feito por Hollywood -, O Povo contra Larry Flint e O Mundo de Andy. Nenhum passo em falso num currículo sempre brilhante. O relativo insucesso de Valmont pode ser explicado pelo fato de que a versão de Forman para o romance epistolar de Choderlos de Laclos surgiu ao mesmo tempo que a de Stephen Frears - Ligações Perigosas - e sem o cinismo da outra, que o público preferiu.
Em 1965, na época da Loira, Forman era um diretor de 33 anos (nasceu em 1932) que gostava de dizer que só faria filmes sobre jovens, porque eles eram mais honestos e puros que os adultos. Loira foi precedida por Pedro, o Negro e em ambos Forman colocou na tela, com realismo e humor (não desprovido de certa amargura), a rebeldia dos jovens checos dos nos 1960. A loira, interpretada por Hana Brejchova, trabalha
numa fábrica nos arredores de Praga. Não existem muitos homens no lugar. Não existe nenhum que se encaixe nos parâmetros que ela estabeleceu para o seu homem ideal. E, então, chega à cidade um destacamento de soldados. São velhos, mas entre eles há um, o mais jovem, que toca piano na banda militar. Vira o amor da loira e Forman usa a relação da personagem de Hana com os homens, o trabalho, a família e a cidade para fazer um filme revelador sobre a sociedade checa da época.
A Pequena Loja é de outra inspiração. O tema dos diretores Kadar e Klos é o colaboracionismo com os nazistas, durante a 2.ª Grande Guerra, quando a Checoslováquia foi ocupada pelos alemães. Há essa velha judia que possui a pequena loja na rua principal. E há esse homem que colabora com os alemães,
movido pelo secreto desejo (não tão secreto assim, você vai ver) de se apossar da loja. Kadar teve uma juventude difícil: foi obrigado a trabalhar num campo de concentração. Conheceu todo o horror da guerra e o expressou, em parceria com Klos, em filmes como O Anjo da Morte (ex-O Anjo da Morte se Chama Engelchen), sobre comandante nazista que oprime os checos. A dupla filmava o horror da guerra, mas cultivava um humor peculiar, o que faz de A Pequena Loja um dos precursores de A Vida É Bela, de Roberto Benigni.
Hoje, a Checoslováquia se chama República Checa e Eslováquia e ninguém mais dedica ao cinema checo a atenção que ele merecia há 40 anos. Naquele tempo, mais do que qualquer outro país do Leste Europeu, a Checoslováquia realizava na prática o sonho de um socialismo democrático, que terminou abruptamente quando os fascistas, vestidos de vermelho, invadiram Praga com seus tanques, em 1968. A chamada Primavera de Praga foi um sonho que durou pouco, mas permitiu que artistas como Forman, bebendo na fonte da nouvelle vague francesa, fizesse um cinema libertário e crítico em relação à burocracia stalinista.
Após a invasão soviética, Forman partiu para os EUA e se deu bem no cinema americano. Kadar também foi para a América, mas não se deu tão bem. Morreu em 1979, depois de fazer dois filmes, O Anjo Levine e Lembranças da Minha Infância: no primeiro, um anjo negro baixa à Terra para redimir judeu que perdeu a fé; no segundo, a história de uma família judia, num bairro pobre, é vista pelos olhos de um garoto. E não se falou na animação checa, marcada pelas experiências de Jiri Trnka com
marionetes, a partir de 1945.
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Áudio:
Legendas: Português
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