Titulo original: La Mariée Était en Noir
Ano de Lançamento: 1968
Gênero: Drama/Vingança
País: França
Direção e Roteiro: François Truffaut
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0061955/
Baseado no livro homônimo de Cornell Woorich, "A Noiva Estava De Preto" é uma excelente produção franco-italiana. Realizado pela genialidade do cineasta francês, François Truffaut, que também participou da confecção do roteiro, o filme segue os passos de uma viúva, cujo marido fora assassinado ao sair da igreja, logo após celebrado seu casamento, na caça aos responsáveis por sua morte.
Maravilhoso. Chega a ser imprevisivel de tão previsivel que é. Digo, o filme é sobre vingança, assim como Kill Bill ou Thriller, e por ser do Truffaut, apresenta um charme francês, elegante, sem uso da violência crua. O filme é focado nas relações entre a viúva e os assassinos. Ela busca conhece-los, para arquitetar o melhor plano de execução. Em um momento do filme ela é relutante, e demora um pouco mais a matar a medida que vai sabendo a verdade. A frequencia de flash backs acompanha essa relutância, mas em nenhum momento ela deixa de planejar, ela tem atrelada em si que já está morta. "um fantasma não bebe, não come e não fuma". O roteiro é cheio dessas citações que caracterizam perfeitamente a viúva, que por sinal, não imagino outra atriz que não Jeanne Moreau para interpreta-la.
O roteiro é perfeito, a direção mais ainda e a Jeanne Moureau dá vida a esse complexo personagem.
Truffaut em seu ápice!!!
Avaliando o filme sob a ótica de cada vitima.
1. A morte mais simples e a mais cruel, a mais desleixada, porém a mais poética, aquele que exemplifica a ausência de vida da viúva, como ela parece um fantasma vestida de branco e como ela parece surreal, introspectiva e misteriosa. O véu demonstra o primeiro grito de libertação da viúva.
2. Melhor arquitetado que o primeiro, porém a morte mais fácil. Nenhum olhar de pena, uma assassinato típico de mulher: envenenamento, limpo, ao som de uma bela canção. Um leve sentimento de culpa a consome e a leva a querer mais detalhes da morte do marido, ela entende como simples curiosidade e segue em frente.
3. A terceira vitima é a mais difícil, envolve uma criança, envolve uma brincadeira, um jantar, uma maior necessidade de confiança. Mais culpa, mais flash backs, mais revelações, o fardo fica pesado mas ela risca o terceiro nome na lista e com atitude de anti-heroína salva a doce, meiga e inocente Becker.
4. O clima poético retorna, rememora a primeira vitima e o personagem do copo d'água. Ela já não parece tão nonsense, ela encarna um personagem, ela é a caçadora, seu corpo é que assume o tom poético, erótico no chão de seios do banheiro, ela parece ganhar mais vida a medida que se aproxima da morte. Ela está embebida em culpa, um lampejo de fragilidade no rosto frio, calculista e vingativo, e a flecha não o atinge. Mas uma segunda chance é dada e ela não desperdiça.
5. Determinação e coragem, sem medo das consequencias. A relutância é deixada de lado e o espectador começa a se conformar. Não se trata de uma apologia a vingança, é apenas uma caracterização dela, a vingança traz a dor, a morte, o fim. Ela atinge seu objetivo numa medida que por fora parece desesperada, mas na realidade é o ápice do desejo que a consome.
Ela estipula o seu fim em busca da paz.
Servidor: Rapidshare
Formato: RMVB (350 Megas)
Áudio: Francês
Legendas: Português
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